Acordo com MPT obriga Sapore a contratar 600 aprendizes
Contratações devem ocorrer em diversas localidades do Brasil, com foco nos adolescentes em situação de vulnerabilidade social
A
Sapore S/A, empresa de restaurantes corporativos, terá que contratar
centenas de aprendizes após firmar nesta terça (8/3) um Termo de
Ajustamento de Conduta
(TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Osasco. O acordo
vale para todo o território nacional e foi elaborado com apoio da
Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e
Adolescentes (Coordinfância).
Segundo
o procurador do Trabalho Murillo César Buck Muniz, representante do MPT
no TAC, a empresa tem atualmente cerca de 13 mil empregados espalhados
por
730 filiais no país. Pela lei de aprendizagem, empresas de médio e
grande porte devem ter entre 5 e 15% de aprendizes entre seus
empregados. No caso da Sapore, 5% equivalem a aproximadamente 600.
“O
TAC vai propiciar a inserção de jovens no mercado de trabalho de forma
qualificada”, afirmou o Procurador. Pela lei, o jovem aprendiz tem
direito à formação
profissional em paralelo com o ensino convencional. A contratação dos
jovens se dá por intermédio do Serviço Nacional de Aprendizagem (sistema
"S") ou outras entidades de formação técnico-profissional, onde se dá a
formação.
Um
dos pontos de maior destaque do acordo é a prioridade aos adolescentes
em situação de vulnerabilidade social: devem ser no mínimo 40% dos
contratados. Conforme o TAC, serão beneficiados
jovens que vêm de famílias com renda per capita inferior a dois
salários mínimos, ou do sistema de cumprimento de medidas
socioeducativas e do sistema prisional.
Pela
lei, o aprendiz deve ter no mínimo 14 anos de idade até no máximo 24 e
sua contratação tem regras específicas: quem tiver menos de 18 anos não
pode fazer
hora-extra e nem trabalhar em ambientes insalubres ou perigosos. Em
relação a pessoas com deficiência, não há limite máximo de idade.
Durante o contrato de aprendizagem, que é feito com registro na carteira
de trabalho (CTPS), é obrigatório que tenham concluído
ou estejam cursando o ensino médio ou fundamental.
A
Sapore está sujeita a uma multa de 3 salários mínimos para cada
aprendiz que deixar de contratar e para cada cláusula do acordo que for
descumprida. O valor
será revertido ao Fundo da Infância e Adolescência (FIA).
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